Documentário da TV Justiça denuncia a violência no trânsito

Arte do documentário da TV Justiça (Captura de tela – crédito: TV Justiça)
Arte do documentário da TV Justiça (Captura de tela – crédito: TV Justiça)

Documentário da TV Justiça sobre a violência no trânsito, que foi ao ar em março de 2024, mostrou a rotina de motoristas de aplicativo, condutores de ambulância, motoboys, ciclistas e outras pessoas que convivem diariamente com o estresse nas vias públicas brasileiras.

Entre os vários especialistas entrevistados para o documentário, a neurocientista Lúcia Willadino Braga, presidente da Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação, ressaltou que a prudência e o controle emocional podem evitar muitos acidentes.

Dra. Lúcia Willadino Braga em entrevista ao documentário da TV Justiça (Captura de tela – crédito: TV Justiça)
Dra. Lúcia Willadino Braga em entrevista ao documentário da TV Justiça (Captura de tela – crédito: TV Justiça)

“Estressadas, as pessoas reagem de uma forma mais impulsiva, sem pensar. Isso não faz bem para o cérebro, não faz bem para a qualidade de vida da pessoa, então tem que cuidar para respirar fundo e pensar: vamos devagar que chegamos lá”, disse Dra. Lúcia. “A maior parte dos acidentes são evitáveis. A gente até questiona a palavra ‘acidente’, porque, se eu estou numa moto ou ao volante e quero digitar no celular, eu estou me colocando em risco e estou colocando todo mundo em risco.”

Dra. Lúcia explicou que as nove unidades da Rede SARAH atendem quase 2 milhões de pacientes por ano, para tratamento de patologias com causas evitáveis e não evitáveis. Das causas evitáveis, cerca de 50% são decorrentes do trânsito, destas, perto de 60% envolvem motocicletas.

“Na motocicleta a pessoa está muito exposta. É o corpo contra o asfalto, o corpo contra outro carro, então o nível de exposição é muito alto”, disse Dra. Lúcia. “As pessoas às vezes não se preocupam tanto com a qualidade do capacete: o capacete cai, bate. Pedaço do cérebro fica no asfalto, a memória fica no asfalto, a fala, o planejamento. Isso é bastante complexo.”

Minutos de pressa podem custar anos de reabilitação, ressaltou a neurocientista.

“O processo de reabilitação para casos de lesão medular e lesão cerebral vai acontecer ao longo da vida, porque fazemos um período intensivo para reintegrar a pessoa ao seu trabalho, à sua família, e depois a gente vai ter que acompanhar mensalmente, semestralmente, anualmente, ao longo de anos. Temos pacientes que acompanhamos aqui há 40 anos, 50 anos”, disse Dra. Lúcia. “Às vezes a pessoa está com muita pressa para chegar ao trabalho, para chegar a um lugar, porque alguém está esperando e, nessa pressa, para ganhar uns minutinhos, podem perder muitos anos no futuro se reabilitando, se locomovendo com mais dificuldade.”

Pacientes crianças do SARAH Brasília em uma atividade de reabilitação (Captura de tela – crédito: TV Justiça)
Pacientes crianças do SARAH Brasília em uma atividade de reabilitação (Captura de tela – crédito: TV Justiça)

Dra. Lúcia também ressaltou que o Programa de Educação e Prevenção oferece palestras educativas para mais de 5 mil estudantes do ensino fundamental, todos os anos, para divulgar conhecimentos que ajudam a evitar sequelas de doenças e acidentes graves tratados pela Rede SARAH.

O documentário “Sobreviventes do Trânsito” foi ao ar no dia 10 de março de 2024 e está disponível no perfil da Rádio e TV Justiça no YouTube.